FILHO DA LUZ

Foto: Sandra De Araújo

Nosso medo mais profundo
não é o de sermos inadequados.
Nosso medo mais profundo
é que somos poderosos além de qualquer medida.
É a nossa luz, não as nossas trevas,
o que mais nos apavora.
Nós nos perguntamos:
Quem sou eu para ser Brilhante,
Maravilhoso, Talentoso e Fabuloso?
Na realidade, quem é você para não ser?
VOCÊ É FILHO DO UNIVERSO!.
Se fazer pequeno não ajuda o mundo.
Não há iluminação em se encolher,
para que os outros não se sintam inseguros 
quando estão perto de você.
Nascemos para manifestar
a glória do Universo que está dentro de nós.
Não está apenas em um de nós: está em todos nós.
E conforme deixamos nossa própria luz brilhar,
inconscientemente damos às outras pessoas
permissão para fazer o mesmo.
E conforme nos libertamos do nosso medo,
nossa presença, automaticamente, libera os outros.


Nelson Mandela


QUANDO FALO



Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas, 

que estão diante de cada janela, 

uns dizem que essas coisas não existem, 

outros que só existem diante das minhas janelas, 

e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar,

para poder vê-las assim...


Cecília Meireles


DÍFICIL É AMAR QUEM NÃO ESTÁ SE AMANDO

DÍFICIL É AMAR QUEM NÃO ESTÁ SE AMANDO: É fácil amar o outro na mesa de bar, quando o papo é leve, o riso é farto, e o chope é gelado. É fácil amar o outro nas férias de verã...

SEU SILÊNCIO PODE ADOECER O AMOR



Somos os únicos seres vivos que se comunicam por meio das palavras, da linguagem falada. Isso deve ter alguma importância bastante relevante. Porém, infelizmente, muitas vezes temos praticado esse dom – o da fala – de modo extremamente negligente, exagerado, distorcido e equivocado. 

Ditos populares sobre esse tema, além do essencial equilíbrio entre falar e ouvir, existem vários: “Falar é prata, mas calar é ouro”, “Quem muito fala dá bom dia a cavalo”, “Quem muito fala, muito terá de se justificar”, entre outros. Um pensamento de que gosto muito é de Antoine de Saint-Exupéry: “A linguagem é uma fonte de mal entendidos”. 

Ou seja, parece que a sabedoria nos sugere mais silenciar do que falar. Como se o silêncio fosse a forma mais inteligente de solucionar os conflitos. É verdade que pode haver muita paz no silêncio, mas penso que é urgente aprendermos a gigantesca diferença entre o silêncio que apazigua e pacifica do silêncio que ensurdece, que grita, mente e perturba. Aliás, existem silêncios tão perturbadores que podem enlouquecer um ser humano. 

Acima de tudo, precisamos aprender a falar com um propósito. Não falar só para jogar sobre o outro as nossas frustrações ou falar só para ofender e impor razões e vontades. Não se trata de vociferar, mas de se expressar, de mostrar ao outro quem somos e o que queremos. E no exercício diário do amor, estou cada dia mais certa de que não pode haver modo mais eficiente de resolver conflitos, aplacar a ansiedade e desfazer mal entendidos do que por meio do uso de uma comunicação clara, direta e sem joguinhos. 

Mas, lamentavelmente, por não saberem ou por medo e até covardia, muitas pessoas adotam o silêncio como principal forma de comunicação. Calam-se para “deixar bem claro” que estão bravas, tristes ou insatisfeitas. Recusam-se a falar porque concluem que é óbvio o que está acontecendo e o que estão sentindo e que, além disso, o outro já deveria saber. Há ainda os que prolongam a mudez apostando que o tempo simplesmente resolverá as mágoas e as incertezas. Como se sentimentos não precisassem ser elaborados e digeridos. 

Não exagerei quando disse que o silêncio pode enlouquecer uma pessoa. Existimos a partir da linguagem. Descobrimos que somos únicos e separados do outro a partir do momento em que nascemos e por meio da linguagem, do que o outro diz sobre nós, sobre como estamos no mundo e o que provocamos nelas. É assim que nos constituímos, que nos reconhecemos e que nos criamos internamente. É assim que se forma nossa autoimagem. 

Claro que quanto mais amadurecemos, mais confiança ganha nossa própria voz, nossas percepções e capacidade de compreender o que acontece fora e dentro de nós. Mas o fato é que relacionar-se com alguém que não se mostra, que não revela o que pensa, sente e quer, é altamente frustrante, desgastante e deprimente. Não há troca verdadeira. Não há encontro de almas. Não há sintonia possível! 

Não falar é, muitas vezes, uma forma de torturar o outro, de fazê-lo padecer e sentir a dor do inexplicável, do incompreensível, do imponderável. Sei que a vida não nos dá garantias e que não existem certezas entre dois corações. Sei também que não temos todas as respostas, mas quando podemos olhar para a pessoa que amamos e sentir que no espaço que separa uma alma da outra existe uma voz que acolhe, demonstra, abraça, acaricia e confessa o que ali pulsa e vibra, aí sim descobrimos o que é amor de verdade!

ROSANA BRAGA


MUDE



Mude...
Mas comece devagar, porque a direção é mais importante que a velocidade. Sente-se em outra cadeira, no outro lado da mesa. Mais tarde, mude de mesa. 
Quando sair, procure andar pelo outro lado da rua. Depois, mude de caminho, ande por outras ruas, calmamente, observando com atenção os lugares por onde você passa. Tome outros ônibus. 
Mude por uns tempos o estilo das roupas. 
Dê os teus sapatos velhos. Procure andar descalço alguns dias. Tire uma tarde inteira para passear livremente na praia, ou no parque, e ouvir o canto dos passarinhos. Veja o mundo de outras perspectivas. 
Abra e feche as gavetas e portas com a mão esquerda. Durma no outro lado da cama. Assista a outros programas de tv, compre outros jornais, leia outros livros, Viva outros romances! 
Não faça do hábito um estilo de vida. Ame a novidade. Durma mais tarde. Durma mais cedo. Aprenda uma palavra nova por dia numa outra língua. 
Corrija a postura. Coma um pouco menos, escolha comidas diferentes, novos temperos, novas cores, novas delícias. Tente o novo todo dia. O novo lado, o novo método, o novo sabor, o novo jeito, o novo prazer, o novo amor, a nova vida. 
Tente. Busque novos amigos. Tente novos amores. Faça novas relações. Almoce em outros locais, vá a outros restaurantes, tome outro tipo de bebida compre pão em outra padaria. Almoce mais cedo, jante mais tarde ou vice-versa. 
Escolha outro mercado, outra marca de sabonete, outro creme dental. Tome banho em novos horários. Use canetas de outras cores. Vá passear em outros lugares. Ame muito, cada vez mais, de modos diferentes. Troque de bolsa, de carteira, de malas. Troque de carro. Compre novos óculos, escreva outras poesias. 
Jogue os velhos relógios, quebre delicadamente esses horrorosos despertadores. Abra conta em outro banco. Vá a outros cinemas, 
outros cabeleireiros, outros teatros, visite novos museus. 
Mude. Lembre-se de que a Vida é uma só. Arrume um outro emprego, uma nova ocupação, um trabalho mais light, mais prazeroso, mais digno, mais humano.
Se você não encontrar razões para ser livre, invente-as.Seja criativo. E aproveite para fazer uma viagem despretensiosa, 
longa, se possível sem destino. Experimente coisas novas. Troque novamente. Mude, de novo. Experimente outra vez. Você certamente conhecerá coisas melhores e coisas piores, mas não é isso o que importa. O mais importante é a mudança, o movimento, o dinamismo, a energia. 
Só o que está morto não muda!

EDSON MARQUES



ISSO É MUITA SABEDORIA



Quando fazemos tudo para que nos amem e não conseguimos, resta-nos um último recurso: não fazer mais nada. Por isso, digo, quando não obtivermos o amor, o afeto ou a ternura que havíamos solicitado, melhor será desistirmos e procurar mais adiante os sentimentos que nos negaram. Não fazer esforços inúteis, pois o amor nasce, ou não, espontaneamente, mas nunca por força de imposição. Às vezes, é inútil esforçar-se demais, nada se consegue;outras vezes, nada damos e o amor se rende aos nossos pés. Os sentimentos são sempre uma surpresa. Nunca foram uma caridade mendigada, uma compaixão ou um favor concedido. Quase sempre amamos a quem nos ama mal, e desprezamos quem melhor nos quer. Assim, repito, quando tivermos feito tudo para conseguir um amor, e falhado, resta-nos um só caminho...o de mais nada fazer.

Clarice Lispector


RECOMEÇA


Recria tua vida, 
sempre, sempre.
Remove pedras 
e planta roseiras 
e faz doces. 
Recomeça.

Cora Coralina


ABRA UMA JANELA


Se alguém lhe bloquear a porta, não gaste energia com o confronto, procure as janelas. Lembre-se da sabedoria da água: A água nunca discute com seus obstáculos, mas os contorna.
Quando alguém o ofender ou frustrar, você é a água e a pessoa que o feriu é o obstáculo! Contorne-o sem discutir. Aprenda a amar sem esperar muito dos outros.

Augusto Cury


GRANDES AMIGOS (A lista)


Faça uma lista de grandes amigos,
quem você mais via há dez anos atrás...
Quantos você ainda vê todo dia ?

Quantos você já não encontra mais?
Faça uma lista dos sonhos que tinha...
Quantos você desistiu de sonhar?
Quantos amores jurados pra sempre...
Quantos você conseguiu preservar?
Onde você ainda se reconhece,
na foto passada ou no espelho de agora?
Hoje é do jeito que achou que seria?
Quantos amigos você jogou fora...
Quantos mistérios que você sondava,
quantos você conseguiu entender?
Quantos defeitos sanados com o tempo,
era o melhor que havia em você?
Quantas mentiras você condenava,
quantas você teve que cometer ?
Quantas canções que você não cantava,
hoje assobia pra sobreviver ...
Quantos segredos que você guardava,
hoje são bobos ninguém quer saber ...
Quantas pessoas que você amava,
hoje acredita que amam você?

Oswaldo Montenegro


ENTRE AMIGOS


Para que serve um amigo? Para rachar a gasolina, emprestar a prancha, recomendar um disco, dar carona pra festa, passar cola, caminhar no shopping, segurar a barra. Todas as alternativas estão corretas, porém isso não basta para guardar um amigo do lado esquerdo do peito. (...)
Um amigo não racha apenas a gasolina: racha lembranças, crises de choro, experiências. Racha a culpa, racha segredos. 
Um amigo não empresta apenas a prancha. Empresta o verbo, empresta o ombro, empresta o tempo, empresta o calor e a jaqueta. 
Um amigo não recomenda apenas um disco. Recomenda cautela, recomenda um emprego, recomenda um país. 
Um amigo não dá carona apenas pra festa. Te leva pro mundo dele, e topa conhecer o teu. 
Um amigo não passa apenas cola. Passa contigo um aperto, passa junto o reveillon. 
Um amigo não caminha apenas no shopping. Anda em silêncio na dor, entra contigo em campo, sai do fracasso ao teu lado. 
Um amigo não segura a barra, apenas. Segura a mão, a ausência, segura uma confissão, segura o tranco, o palavrão, segura o elevador. 
Duas dúzias de amigos assim ninguém tem. Se tiver um, amém.

Martha Medeiros